Cannabis medicinal: como funciona no tratamento de doenças

Cannabis medicinal: como funciona no tratamento de doenças

Com o avanço das pesquisas e o fortalecimento da regulamentação no Brasil, a cannabis medicinal tem ganhado cada vez mais espaço na prática clínica. Deixando para trás o estigma que a envolveu por décadas, hoje ela é encarada como uma alternativa terapêutica respaldada por evidências científicas — especialmente em casos onde os tratamentos convencionais não oferecem resultados satisfatórios.

Muitos médicos já se deparam com pacientes que chegam ao consultório em busca de informações confiáveis sobre o uso medicinal da cannabis. Diante disso, surgem dúvidas importantes: como a cannabis atua no organismo? Quais são as condições clínicas em que seu uso é indicado? Há comprovação científica suficiente? E, principalmente, como o médico pode se preparar para prescrevê-la de forma ética, segura e eficaz?

Neste artigo, você encontrará uma visão clara e objetiva sobre o funcionamento da cannabis medicinal, suas aplicações clínicas, riscos potenciais e caminhos para capacitação profissional.

O que é cannabis medicinal?

Cannabis medicinal é o termo utilizado para definir o uso clínico de derivados da planta Cannabis sativa no tratamento de sintomas e doenças que exigem abordagens terapêuticas complementares ou alternativas. Esses derivados contêm compostos ativos chamados canabinoides, que interagem com o sistema endocanabinoide — um complexo biológico presente no organismo humano, relacionado à regulação de funções como dor, humor, sono, apetite e inflamação.

Entre os canabinoides mais conhecidos, destacam-se o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC). O CBD não provoca efeitos psicoativos e tem demonstrado resultados relevantes em casos de epilepsia de difícil controle, distúrbios de ansiedade, inflamações e doenças neurológicas. Já o THC, apesar de seus efeitos psicoativos, também apresenta propriedades terapêuticas, sendo utilizado em quadros como náuseas induzidas por quimioterapia, dor intensa e cuidados paliativos.

Vale ressaltar que o uso medicinal da cannabis é cuidadosamente controlado e não deve ser confundido com o uso recreativo da planta. Os produtos à base de cannabis destinados à prescrição médica são padronizados, regulamentados pela Anvisa e prescritos com base em critérios clínicos rigorosos. Para o profissional médico, compreender o funcionamento da cannabis medicinal é essencial para garantir uma atuação segura, ética e baseada em evidências científicas.

Temos uma pós-graduação exclusiva sobre Cannabis Medicinal. Quer mais informações? Então, clique aqui.

Como funciona a cannabis medicinal?

A cannabis medicinal exerce seus efeitos por meio da ação dos canabinoides sobre o sistema endocanabinoide, um sistema fisiológico presente em diversos órgãos e tecidos do corpo humano. Esse sistema está diretamente envolvido na regulação de funções vitais como dor, sono, apetite, resposta imunológica, humor e memória.

Ele é composto por três elementos principais: os receptores celulares CB1 e CB2, os endocanabinoides (substâncias produzidas naturalmente pelo organismo) e as enzimas responsáveis pela síntese e degradação dessas moléculas. Quando o equilíbrio desse sistema é comprometido, podem surgir disfunções associadas a diversos quadros clínicos.

É nesse contexto que entram os fitocanabinoides, como o CBD e o THC, compostos obtidos da planta Cannabis sativa. Eles imitam a ação dos endocanabinoides naturais e se conectam aos receptores do sistema endocanabinoide, ajudando a restabelecer o equilíbrio fisiológico e gerar efeitos terapêuticos.

A eficácia do tratamento com cannabis varia conforme diversos fatores: a condição a ser tratada, o perfil do paciente, o tipo e a proporção dos canabinoides utilizados, a via de administração (como oral, sublingual ou inalatória) e a posologia. Por isso, é fundamental que a prescrição seja feita por um profissional qualificado, capaz de realizar os ajustes necessários para garantir segurança e resultados clínicos satisfatórios.

Essa compreensão técnica é essencial para o médico que busca incorporar a cannabis medicinal como um recurso terapêutico moderno e eficaz, especialmente em casos em que os tratamentos tradicionais apresentam baixa resposta ou efeitos adversos relevantes.

Benefícios da cannabis medicinal

A cannabis medicinal vem se firmando como uma alternativa eficaz no tratamento de condições clínicas complexas, especialmente aquelas que apresentam baixa resposta a terapias convencionais. Seu potencial terapêutico se deve à ação dos canabinoides no sistema endocanabinoide, responsável por equilibrar funções essenciais como dor, sono, humor, apetite, imunidade e processos inflamatórios.

Dentre os benefícios clínicos mais relevantes, destacam-se:

  • Diminuição significativa de crises convulsivas em casos de epilepsias resistentes, sobretudo em crianças que não respondem bem aos anticonvulsivantes comuns.
  • Alívio da dor crônica e neuropática, com possibilidade de reduzir ou até substituir o uso prolongado de opioides.
  • Melhora da qualidade do sono, especialmente em quadros associados a ansiedade, doenças neurológicas ou dores persistentes.
  • Redução de efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas e vômitos, contribuindo para o bem-estar de pacientes oncológicos.
  • Controle de espasticidade e rigidez muscular, beneficiando pessoas com esclerose múltipla e outras condições neuromusculares.
  • Apoio a cuidados paliativos, promovendo mais conforto, apetite e qualidade de vida em pacientes com doenças terminais.

Outro aspecto importante do uso medicinal da cannabis é a possibilidade de personalização do tratamento. Com os avanços científicos e o desenvolvimento de formulações específicas, é possível ajustar combinações e dosagens de canabinoides conforme o perfil clínico e a resposta individual de cada paciente.

Para o médico, compreender esses benefícios é fundamental para incorporar a cannabis medicinal como uma ferramenta terapêutica segura, científica e alinhada às necessidades contemporâneas da prática clínica.

Doenças que podem ser tratadas com cannabis medicinal

O uso terapêutico da cannabis medicinal tem ganhado espaço na prática clínica, especialmente em áreas que lidam com condições crônicas e de difícil controle. Os compostos ativos da planta, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), apresentam efeitos reconhecidos pela literatura científica, incluindo ação anti-inflamatória, analgésica, anticonvulsivante, ansiolítica e neuroprotetora.

Diversas doenças já contam com respaldo regulatório e evidência científica para o uso da cannabis como parte do tratamento, entre elas:

  • Epilepsias refratárias, com destaque para síndromes pediátricas que não respondem bem aos anticonvulsivantes convencionais;
  • Quadros de dor crônica, como dor neuropática, musculoesquelética ou oncológica, quando os analgésicos tradicionais não oferecem alívio adequado;
  • Ansiedade generalizada, que pode ser controlada com o uso criterioso de CBD, reduzindo sintomas sem os efeitos colaterais de ansiolíticos comuns;
  • Distúrbios do sono, frequentemente associados a dor, doenças neurológicas ou transtornos como a fibromialgia;
  • Esclerose múltipla, com melhora documentada em sintomas como espasticidade muscular, fadiga e dor;
  • Doença de Parkinson e Alzheimer, em estágios iniciais ou moderados, para manejo de sintomas como tremores, rigidez, agitação e alterações do sono;
  • Efeitos colaterais da quimioterapia, incluindo náuseas e vômitos, que podem ser aliviados com formulações que contenham THC.

É importante frisar que a cannabis medicinal não substitui completamente os tratamentos convencionais, mas pode ser uma alternativa complementar valiosa — especialmente quando as abordagens tradicionais se mostram ineficazes ou mal toleradas. O conhecimento técnico e científico sobre essas indicações é fundamental para garantir uma prescrição segura, ética e baseada em evidências atualizadas.

Quer saber onde atua com cannabis medicinal? Então, clique aqui para saber mais.

Quais são os efeitos negativos do canabidiol?

O canabidiol (CBD), um dos principais compostos extraídos da planta Cannabis sativa, é reconhecido por sua boa tolerabilidade e segurança, mesmo quando utilizado por períodos prolongados. Contudo, como qualquer medicamento, seu uso pode ocasionar efeitos colaterais, especialmente se não houver uma prescrição personalizada, acompanhamento clínico adequado ou em caso de doses elevadas.

Entre os efeitos adversos mais frequentes, geralmente leves a moderados, estão:

  • Sonolência e sensação de sedação, mais comuns em doses altas ou quando combinado com outras substâncias que atuam como sedativos.
  • Distúrbios gastrointestinais, como diarreia, náuseas e desconforto abdominal.
  • Cansaço ou fadiga, relatado por alguns pacientes nos primeiros dias de tratamento.
  • Redução temporária do apetite, embora menos comum.
  • Alterações discretas na função hepática, especialmente em pacientes que fazem uso concomitante de anticonvulsivantes como o valproato, o que reforça a necessidade de monitoramento laboratorial em casos específicos.

É importante destacar que o CBD não possui efeitos psicoativos, não gera dependência química e apresenta baixo risco de toxicidade, mesmo em doses elevadas. Essas características fazem dele uma opção terapêutica segura para diversas faixas etárias, incluindo crianças e idosos, desde que utilizado sob supervisão médica adequada.

A melhor pós-graduação do Brasil em cannabis medicinal é na Unyleya

Se você é profissional da medicina e deseja se especializar em cannabis medicinal, a Unyleya oferece a pós-graduação ideal para impulsionar sua carreira. Com um currículo atualizado e docentes com ampla experiência na área, o curso proporciona uma formação sólida e abrangente, preparada para quem quer se destacar no campo da cannabis medicinal.

Por que escolher a Unyleya para sua especialização em Cannabis Medicinal?

A Unyleya é uma das instituições pioneiras no Brasil a oferecer uma especialização totalmente dedicada à Cannabis Medicinal. Com credenciamento do Ministério da Educação (MEC), o curso é ideal para médicos que desejam aprofundar seus conhecimentos na área e atuar com segurança e responsabilidade clínica.

Invista em seu futuro e lidere o mercado com a Unyleya. Clique aqui para receber mais informações sobre a Pós-graduação em Cannabis Medicinal.

Como funciona a cannabis medicinal?

A cannabis medicinal age no organismo por meio do sistema endocanabinoide, que regula funções como dor, sono e inflamação. Seus compostos ativos, como THC e CBD, podem aliviar sintomas de diversas doenças, oferecendo alternativa ou complemento aos tratamentos tradicionais

Quais são os benefícios da cannabis medicinal?

A cannabis medicinal age no organismo pelo sistema endocanabinoide, que regula dor, inflamação e outras funções essenciais. Seus compostos, como THC e CBD, ajudam a aliviar sintomas de diversas doenças.

Quais doenças podem ser tratadas com o canabidiol?

A cannabis medicinal é usada para tratar dor crônica, ansiedade, epilepsia e náuseas. Também ajuda em doenças como esclerose múltipla e distúrbios neurológicos. Seus compostos aliviam sintomas e melhoram a qualidade de vida.

Para que é indicado o canabidiol?

O canabidiol (CBD) é indicado para reduzir ansiedade, controlar convulsões e aliviar dores crônicas. Também é usado em tratamentos de inflamações e distúrbios neurológicos. Não causa efeito psicoativo.

É permitido o uso de canabidiol no Brasil?

Sim, o uso de canabidiol (CBD) é permitido no Brasil para fins medicinais. Desde 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reclassificou o CBD, retirando-o da lista de substâncias proibidas e permitindo sua utilização sob prescrição médica. Atualmente, é possível adquirir produtos à base de CBD em farmácias, desde que atendam às regulamentações da Anvisa

Publicado em 17/06/2025