Cateterismo cardíaco: como é feito esse procedimento e como funciona

Cateterismo cardíaco: como é feito esse procedimento e como funciona

O cateterismo cardíaco é um dos procedimentos mais importantes da cardiologia moderna, capaz de oferecer diagnóstico preciso e, em muitos casos, intervenção terapêutica imediata. Para o médico que busca especialização ou aprimoramento na área, compreender cada detalhe — desde sua origem histórica até as indicações, contraindicações, técnicas e interpretações — é essencial para atuar com segurança e excelência.

Mais do que um simples exame invasivo, o cateterismo cardíaco é um ponto de encontro entre conhecimento clínico, habilidade técnica e tecnologia de ponta. Ele exige do profissional não apenas domínio de protocolos, mas também capacidade de avaliação crítica, tomada de decisão rápida e atenção à constante atualização científica.

Neste artigo, vamos aprofundar temas essenciais para o médico que deseja se destacar na prática cardiovascular: como surgiu o cateterismo cardíaco, quais são suas aplicações clínicas, como o procedimento é realizado, o papel da cineangiocoronariografia, além de contraindicações e referências de artigos científicos para manter-se atualizado.

Ao final da leitura, você terá uma visão abrangente e estratégica sobre o tema, fortalecendo sua base teórica e prática para avançar na especialização e se posicionar como referência no cuidado cardiovascular.

Como foi criado o cateterismo cardíaco​?

O cateterismo cardíaco, hoje um dos procedimentos mais importantes na cardiologia intervencionista, teve início graças a um marco histórico na medicina: em 1929, o médico alemão Werner Forssmann realizou o primeiro cateterismo em si mesmo, introduzindo um cateter na veia do braço até o átrio direito, comprovando que era possível explorar o coração de forma segura e minimamente invasiva.

Esse feito pioneiro, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1956, abriu caminho para décadas de avanços. Ao longo dos anos, novas técnicas, materiais e dispositivos foram incorporados, tornando o procedimento mais seguro, rápido e preciso. O uso de imagens em alta resolução, cateteres de menor calibre e contrastes mais seguros são apenas alguns exemplos de como a tecnologia transformou o cateterismo cardíaco.

Para o médico que busca especialização, conhecer essa trajetória não é apenas uma curiosidade histórica — é entender como a cardiologia evoluiu para se tornar uma das áreas mais dinâmicas e tecnológicas da medicina. Essa compreensão ajuda a visualizar onde estamos hoje e, principalmente, para onde a prática clínica e a intervenção cardiovascular estão caminhando.

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Como é feito um cateterismo cardíaco?

O cateterismo cardíaco é um procedimento invasivo que exige precisão técnica, conhecimento anatômico e experiência clínica. Ele pode ser realizado com finalidade diagnóstica, terapêutica ou ambas, dependendo do quadro do paciente.

O processo inicia-se com avaliação pré-procedimento, incluindo anamnese detalhada, exames laboratoriais e, em alguns casos, ajustes na medicação, como suspensão de anticoagulantes. O paciente é colocado em jejum e, geralmente, recebe anestesia local no local da punção — sedação leve pode ser utilizada para conforto.

O acesso vascular mais comum hoje é a artéria radial, pela segurança e rápida recuperação. Entretanto, a artéria femoral ainda é utilizada em situações específicas. Após a punção, um introdutor é colocado e, por meio dele, o cateter é conduzido sob orientação fluoroscópica até o coração ou vasos coronários.

No cateterismo diagnóstico, é injetado contraste iodado para visualizar as artérias coronárias, câmaras cardíacas e válvulas, permitindo identificar obstruções, alterações anatômicas ou disfunções. Em procedimentos terapêuticos, como angioplastia, podem ser inseridos balões e stents para restaurar o fluxo sanguíneo.

Ao término, o cateter e o introdutor são retirados, e realiza-se hemostasia por compressão manual ou com dispositivos específicos. O tempo de observação varia de acordo com o tipo de acesso, a condição clínica e a complexidade do procedimento.

Contraindicações ao exame

Embora o cateterismo cardíaco seja um procedimento seguro e amplamente realizado, é fundamental que o médico conheça as contraindicações — absolutas e relativas — para garantir a segurança do paciente e reduzir riscos.

Atualmente, não existem contraindicações absolutas universalmente aceitas, mas há condições que podem exigir adiamento ou abordagem modificada, denominadas contraindicações relativas. Entre as principais, destacam-se:

  • Coagulopatias ou sangramento ativo – aumenta o risco de hemorragia durante ou após o procedimento.
  • Anemia grave ou plaquetopenia (<50.000/mm³) – compromete a hemostasia e a recuperação.
  • Infecção sistêmica ativa – pode favorecer complicações sépticas.
  • Distúrbios eletrolíticos não corrigidos – como hipocalemia ou hipermagnesemia, que podem predispor a arritmias.
  • Doença psiquiátrica grave não controlada – dificulta a cooperação do paciente e aumenta riscos comportamentais.
  • Endocardite ativa (especialmente de valva aórtica) – risco aumentado de embolização e complicações infecciosas.
  • Hipertensão arterial grave não compensada – eleva risco de dissecção vascular ou complicações hemorrágicas.
  • Acidente vascular cerebral agudo – risco de agravamento do quadro neurológico.
  • Arritmias não controladas – podem se agravar durante a manipulação intracardíaca.
  • Insuficiência renal aguda – risco de piora com uso de contraste.
  • Insuficiência cardíaca descompensada – instabilidade hemodinâmica pode dificultar a realização do exame.

O papel do médico, especialmente aquele em formação ou especialização, é avaliar cuidadosamente a relação risco-benefício. Em muitos casos, as contraindicações relativas podem ser contornadas com tratamento prévio, otimização clínica ou adoção de técnicas e dispositivos específicos que minimizem riscos.

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Cineangiocoronariografia

A cineangiocoronariografia é um dos exames mais importantes realizados no contexto do cateterismo cardíaco, sendo considerada o padrão-ouro para diagnóstico de doença arterial coronariana. Ela consiste na injeção de contraste iodado nas artérias coronárias, com aquisição de imagens dinâmicas em diferentes projeções, permitindo avaliar a anatomia e identificar lesões obstrutivas.

O procedimento é realizado após o posicionamento adequado do cateter nos óstios coronários, guiado por fluoroscopia. A escolha das projeções é estratégica: diferentes ângulos reduzem sobreposições e revelam áreas críticas de obstrução que poderiam passar despercebidas em uma única visualização.

Entre as principais informações obtidas pela cineangiocoronariografia, destacam-se:

  • Localização e extensão das lesões coronárias
  • Grau de obstrução luminal, geralmente expressa em porcentagem
  • Presença de placas ateroscleróticas, trombos ou dissecções
  • Identificação de circulação colateral e sua importância hemodinâmica

A interpretação das imagens requer não apenas conhecimento técnico, mas também raciocínio clínico apurado. Para o médico em especialização, dominar a análise de cada detalhe visual é crucial para definir condutas seguras e eficazes, seja indicando revascularização percutânea, cirurgia ou tratamento clínico.

Artigos científicos sobre cateterismo cardíaco: onde achar?

Para o médico que deseja se especializar em cateterismo cardíaco, manter-se atualizado é tão importante quanto dominar a técnica. A medicina cardiovascular evolui rapidamente, e novas evidências podem mudar protocolos, dispositivos utilizados e condutas clínicas em questão de meses.

Hoje, existem bases de dados e periódicos especializados que são referência internacional na cardiologia e na hemodinâmica. Entre as principais fontes para encontrar artigos científicos de alta qualidade, destacam-se:

  • PubMed/MEDLINE – a maior base de dados biomédica do mundo, mantida pela U.S. National Library of Medicine. É gratuita e permite filtrar artigos por tipo de estudo, ano e relevância clínica.
  • SciELO (Scientific Electronic Library Online) – ideal para acessar estudos de países da América Latina, incluindo publicações brasileiras.
  • Journal of the American College of Cardiology (JACC) e Circulation – dois dos periódicos mais respeitados em cardiologia, frequentemente publicando pesquisas e revisões sobre cateterismo cardíaco.
  • European Heart Journal – foco em estudos clínicos e diretrizes europeias de cardiologia intervencionista.
  • Google Scholar – útil para busca ampla e rápida, embora exija atenção à qualidade e relevância das fontes encontradas.

Além de consultar bases e revistas científicas, é estratégico acompanhar diretrizes e consensos de sociedades médicas, como:

  • Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI)
  • American College of Cardiology (ACC)
  • European Society of Cardiology (ESC)

Onde aprender sobre cateterismo cardíaco?

Para o médico que deseja dominar o cateterismo cardíaco e outras competências avançadas em cardiologia, a Pós-Graduação em Cardiologia da Unyleya é uma das opções mais completas do mercado. O curso foi desenvolvido para profissionais que buscam atualização sólida, com embasamento científico e aplicabilidade prática imediata na rotina clínica.

A formação aborda desde os fundamentos da cardiologia até temas de alta complexidade, como hemodinâmica, cardiologia intervencionista, interpretação de exames, prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares. O módulo dedicado ao cateterismo cardíaco aprofunda aspectos como indicações, técnicas, interpretação de resultados e integração com outras ferramentas diagnósticas.

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